Ocupando uma área de cerca de 51 quilómetros quadrados, encontra-se fortemente irrigada pelo rio Lis e afluentes Fora e Negro. Detentora de um considerável património natural, como é exemplo a Lagoa da Ervedeira, em pleno Pinhal do Rei, e banhada pelo Atlântico, numa zona costeira onde se enquadra a Praia de Pedrogão, a única do Concelho, não esquecendo as casas populares-típicas, principalmente na sede da freguesia, desde sempre o Coimbrão exerceu um forte poder atractivo sobre quem o visita.
O património a preservar tem a sua coroa de glória nas casas típicas de Coimbrão, centradas nas suas cozinhas típicas, com chaminés em pirâmide e organizadas por uma familiaridade tradicional e única.
Para além delas, merece destaque a Lagoa da Ervedeira, a Praia de Pedrogão, belíssimamente enquadrada entre o mar e o pinhal, os seus já raros palheiros nas dunas e os recantos de lavoura escavados nas areias dunares em gamelas de verdura.
Do património edificado, destacam-se a Capela Nossa Senhora dos Aflitos, a Capela de São Tiago e a Igreja Matriz.
Para melhor receber os visitantes e curiosos turistas, esta freguesia dispõe de várias casas particulares para arrendar, o Parque Municipal de Campismo da Praia de Pedrogão e a Colónia Balnear da Caritas.
LOCAIS A VISITAR
• Igreja Matriz São Miguel das Areias, nave central com as imagens de São Miguel Arcanjo, São João Baptista, Nossa Senhora do Rosário, Santo António e Nossa Senhora de Fátima e na capela as imagens de São José e Santa Luzia - Coimbrão
• Capela São Tiago, com as imagens de Nossa Senhora da Nazaré e S. Tiago - Ervedeira
• Capela Nossa Senhora dos Aflitos e sua imagem - Pedrógão
• Lagoa da Ervedeira, em pleno Pinhal do Rei, onde a pesca foi explorada. Podiam encontrar-se ruivacos, carpas e sabogas, no entanto estes peixes foram desaparecendo. Segundo se consta, em meados do século passado, algum produto químico teria morto quase a totalidade dos peixes, que foram apodrecendo nas margens, no seu lugar foram colocados achigans, peixe carnívoro e carpas, que ainda hoje abundam na Lagoa. Os habitantes da Ervedeira utilizando cestos, narsas e enchalavadas (utensílios feitos pelos homens do Pedrogão que serviam para a pesca) pescavam na Lagoa e iam vender, pelas portas, o peixe à xícara. Actualmente, lá pratica-se pesca desportiva e desporto à vela.
• Praia de Pedrógão, a única do concelho. Em 1835, dois lavradores abastados do Coimbrão, decidiram montar uma campanha (grupo de pescadores) num extenso areal, iniciando a exploração industrial da sardinha. Não havia casas, nem ruas. Só pedras e dunas. Para movimentar o barco, procuraram 40 homens nas praias mais a Norte. Esses pescadores fixaram-se e fizeram as suas barracas de madeira muito rudimentares. Foram estes os primeiros habitantes do Pedrogão. Era uma gente pobre, um estatuto que poucas alterações sofreu ao longo de muitos anos. Os pescadores utilizavam uma das artes mais antigas de que se tem conhecimento, a xávega, com esbeltos barcos em forma de meia lua, estas embarcações eram a remos. Com o passar do tempo as campanhas sucediam-se, e no início do século, aquela praia passou a ser uma das maiores abastecedoras de peixe da região.
EVENTOS ANUAIS
• Festa de Santo António (Fevereiro) - Coimbrão
• Festival Gastronómico do Coimbrão (Junho)
• Festa de São Tiago (Junho) – Ervedeira
• Festival de Folclore “Flores de Verde Pinho” (Julho) – Coimbrão
• Festa de Nossa Senhora dos Aflitos (Agosto) – Pedrógão
• Festa de São Miguel (Setembro) – Coimbrão
• Festa de Nossa Senhora da Nazaré (Setembro) - Ervedeira
GASTRONOMIA
São iguarias da região, as Morcelas do Coimbrão (de sangue e arroz). São confeccionadas sobretudo na altura da matança do porco, uma tradição que só algumas famílias mantêm. Muitos dos utensílios utilizados pelos nossos avós, ou nossos pais foram caindo em desuso, sendo substituídos por outros com efeito mais rápido e eficaz, o cebolão é exemplo disso, era uma arma esguia e aguçada para matar o porco, o chambaril ou o tabuleiro das tripas são outros utensílios que permanecem apenas na memória dos mais velhos. As morcelas têm como ingredientes o sangue e a gordura do porco, arroz e especiarias (cravo, cominhos e sal). Depois de preparada uma massa com estes ingredientes, enchem-se as tripas e vão a ferver num panelão com água. Depois de cozidas podem servir-se quentes, ou ser colocadas no fumeiro e mais tarde podem acompanhar um cozido à portuguesa. São igualmente deliciosas fritas às rodelas na famosa fritada, que é uma outra iguaria da região. Ainda na altura da matança, e aproveitando o resto do preparado das morcelas, eram feitos os Bolos de Morcela, juntado um pouco de canela, farinha e água a ferver, formando uma pasta para moldar e fazer pequenas bolas que iam a cozer na água das morcelas, havia quem pusesse açúcar nestes bolos. Mais tarde faziam-se os famosos torresmos, tão apreciados por todos.
A Broa de Milho é uma outra tradição que só os mais antigos mantêm viva. Para a sua confecção é necessário farinha de milho, água tépida e fermento e os utensílios: peneira, masseira, tendeira, pá de forno, um rodo para limpar e retirar a cinza do forno, o vasculho, era um pau com louros que servia também para limpar o forno e claro o forno, onde é cozida a broa.
As Migas e o Bacalhau com Molho de Toucinho são outras iguarias características desta freguesia, que ainda hoje podem ser apreciadas nos restaurantes da região.
Fazem parte da confeitaria da região, Arroz Doce, Broa Doce e Filhós, confeccionadas com abóbora menina.
ARTESANATO
Para não esquecer a manufactura do passado, permanece viva a arte de artesão, através de cestos de verga em vime, canos de lã, tecidos com quatro ou seis agulhas, que faziam parte do traje da mulher, e os abanadores de penas de gaivota, encontradas na praia. À excepção destes últimos que se confeccionam por encomenda, estes artefactos podem ser adquiridos nas festas, feiras e em casas da especialidade.
Por volta de 1930, estabeleceu-se na Ervedeira uma pequena oficina onde eram manufacturadas passadeiras para o chão, mantas e colchas, utilizando como matéria prima, fio de algodão e retalhos de diversos tecidos. Actualmente este tipo de artesanato não se faz, mas o tear ainda existe, e os trabalhos efectuados pelo artesão encontram-se espalhados por todo o país.